terça-feira, julho 31, 2007

Phalaenopsis cornu-cervi fma. flava


















Esta é a forma albina da Phalaenopsis cornu-cervi, e acho que é mesmo a minha preferida dentro da espécie (se bem que a concorrência seja forte...)! A flor parece de cera, muito brilhante e translúcida, e o contraste do branco muito leitoso do labelo é demais... um conjunto realmente bonito. A flor é ainda mais bonita ao vivo que nas fotos, ao contrário da norma.
Esta variedade foi descrita em 1990 a partir de exemplares descobertos em Sumatra, Indonésia. A forma tipo é originária do nordeste da Índia e Ilhas Nicobar até Java e Bornéu, de zonas desde o nível do mar até 800 m de altitude. São-lhe reconhecidas umas quantas variedades - incluindo umas com flores todas vermelhas ou quase, que são também impressionantes.

Reputadamente (e confirmadamente, pelo que pude verificar nos cerca de dois anos em que a tenho) é uma espécie pouco problemática, desde que se tenha em consideração dois factores que diferem um pouco do cultivo normal para o género: é essencial que a drenagem seja excelente, pois as exigências de água dela são ligeiramente inferiores à média (a minha está num vaso de barro para aumentar a evaporação e a aeração das raízes, rego-a apenas quando o substrato está seco à superfície, reduzindo ainda mais no inverno), e no local onde a tenho recebe um pouco de luz directa ao fim da tarde durante o ano inteiro, mais no inverno. O substrato é uma mistura de esfagno vivo, leca e casca de pinheiro grossa, e as raízes aéreas são borrifadas diariamente no verão, com adubações ligeiras duas vezes por mês.

A haste floral achatada na ponta é uma característica desta espécie - dá-lhe um ar muito engraçado, meia patuda eheh - e as raízes são bastante grossas para uma planta não muito grande e de folhas magrinhas. Ela tem uma segunda haste mais atrasada, depois quando estiverem as duas com flor eu actualizo as fotos.

quinta-feira, julho 26, 2007

Begonia soli-mutata

Outra begónia rizomatosa (são as minhas preferidas) de folhas bonitas, esta vê-se com alguma frequência por aí à venda. Apesar de já haver espécimes em cultivo há algum tempo, só foi descrita em 1990. É originária de florestas entre os 100 e os 500 m na bacia do rio Gongogi, na Bahia.

O nome provém de uma característica peculiar (soli-mutata = que muda com o sol): para optimizar a fotossíntese, as folhas possuem cloroplastos (estrutura de células vegetais responsável pela fotossíntese) em forma de disco que variam a sua orientação consoante a quantidade de luz disponível, passando em poucos momentos de um verde acastanhado a verde escuro conforme estejam expostas ao sol ou na sombra - possivelmente uma adaptação a condições pouco luminosas no habitat, digo eu. A natureza é mesmo uma máquina eheh

É uma espécie de fácil cultivo que aprecia regas generosas no verão (não gosta de secar, mas também não deve ficar ensopada, claro) e boa humidade. Como os caules são curtos, tem um crescimento compacto e faz vasos bastante decorativos.

Lepanthes tentaculata

Esta é uma das (infelizmente) poucas espécies do género que apreciam temperaturas mais elevadas, pois é proveniente de zonas de floresta tropical de baixa altitude no Equador - ao contrário da maior parte das Lepanthes, que se encontram a maiores altitudes. A humidade deve ser superior a 70% - um bom indicador de que a humidade é suficiente é o estado do musgo, que também gosta das mesmas condições -, acompanhada de boa ventilação para evitar o aparecimento de fungos e o apodrecimento das raízes. Onde a tenho ela recebe boa luz indirecta (sem sol), sendo borrifada com água destilada duas vezes por dia - de manhã e às 13H00, é importante nunca deixar as raízes secar. Pode fazer-se esse controlo através do aspecto do musgo também, que fica meio baço e menos verde quando está seco demais. Estou a adubá-la muito ligeiramente duas vezes por mês.

Para além da flor elaboradíssima (lembro-me de ler algures que há partes das flores das Lepanthes que não existem em mais género nenhum - o que não surpreende nada dada a estranheza das bichinhas!), as folhas só por si também são um espectáculo, todas nervuradas e onduladas nas margens. Para dar uma noção de como ela é pequenina, a folha maior mede 2 cm e as flores nem chegam aos 0,4 cm (não foi nada fácil conseguir fotos minimamente em condições... aqui há umas melhores)! As flores duram pouco mais que dois dias, mas como são produzidas em sucessão, ao fim de três ou quatro dias abre uma florzinha nova na haste.








Vou ter que dedicar este post aos amiguinhos que me trouxeram esta micro-coisinha há cerca de um mês da exposição de Peterborough (como podem facilmente perceber pela quantidade de fotos, ADORO-A!!!!! Agora quero mais umas... eheh).

segunda-feira, julho 23, 2007

Paphiopedilum malipoense x malipoense var. jackii


















A identificação é minha, mas não me parece que haja lugar para grandes dúvidas... era suposto ser o Paphiopedilum malipoense var. jackii, mas se fosse o estaminódio seria branco com uma mancha central verde com linhas finas acastanhanhadas. Se fosse o malipoense tipo, a metade escura do estaminódio seria cor de framboesa/castanho escuro sólida, sem falhas na pigmentação. Há mais algumas características em comum com ambas as espécies, mas a coloração do estaminódio parece ser a mais distintiva. Enfim... contingências das compras à distância!

Vou ter que me contentar com ele enquanto o meu malipoense não se resolve a florir - e na verdade este é bem bonito também, tenho que reconhecê-lo. Se bem que não vejo o interesse do cruzamento de espécies tão semelhantes... a não ser pelo vigor híbrido, que será concerteza uma grande vantagem para os produtores comerciais.

Levou imenso tempo a florir, adquiri-o em Abril com a haste a meio caminho e só agora a flor abriu. Mas também, são 50 cm de haste! A flor é bastante grande e tem um perfume suave a... brandy de maçã! deve ser para condizer com o verdão espectacular da flor eheh

domingo, julho 22, 2007

Phalaenopsis Yu Pin Pearl


















Híbrido complexo (Phal. Ever-spring King x Phal. Musashino) registado em 2001.

Esta é a segunda floração da minha Phalaenopsis tipo 'Harlequin' num espaço de seis meses - e a segunda da planta também! Eu tinha cortado a primeira haste ao fim de 2 semanas, pois a planta era novinha e eu queria que ela concentrasse as energias a crescer mais um pouco... mas pelo visto ela não concordou com a minha decisão eheh

As primeiras Phalaenopsis 'Harlequin' apareceram nos anos 80, durante a clonagem de meristemas da Phal. Golden Peoker 'Brother'. Alguns dos clones sofreram uma mutação genética e, em vez das flores brancas com pequenas pintas magenta concentradas no centro da original, produziram flores também brancas, mas com grandes pintas de cor roxo-avermelhada distribuidas aleatoriamente. Estas mutantes foram por sua vez novamente clonadas, dando origem a mais mutantes... e a história repete-se ainda hoje em dia, como podemos ver pela abundância de híbridos tipo 'Harlequin' que surgem presentemente à venda.

E com estas flores grandes, invulgares e muito vistosas, é concerteza fácil compreender a popularidade desta linha de híbridos...

segunda-feira, julho 16, 2007

Phalaenopsis minus

Mais uma gracinha de flor! parece uma mistura de cão de fila quase a morder e caniche anão todo maricas cheio de enfeites cor de rosa eheh

Esta espécie foi descoberta apenas em 1987, e descrita em 1988 como Kingidium minus. Em 2001, o género Kingidium foi integrado no género Phalaenopsis numa revisão feita por Eric Christenson, mas o próprio diz que só incluiu esta espécie por ela ter sido antes descrita como Kingidium, pois na verdade ela tem características tão peculiares que a inclusão no subgénero lhe deixa dúvidas... na base de dados de Kew o nome está ainda 'no limbo'.

É endémica da Tailândia, de florestas de montanha de baixa altitude, onde cresce como epífita. A minha está montada num pedaço de madeira, apenas com um pouco de esfagno (trazia mais quando a recebi, mas reparei quando começou a fazer raízes que elas pareciam afastar-se do esfagno, e resolvi tirá-lo quase todo. E de facto, as raízes que estavam por baixo tinham apodrecido...). Borrifo-a todas as manhãs nesta altura, se está mais calor por volta das 13H00 também. Tem boa luminosidade indirecta, com cerca de uma hora de exposição directa ao fim da tarde. As adubações são fracas e de duas em duas semanas, mas páro-as no fim do outono, altura em que também reduzo as regas e aumento a luz directa. No habitat, é normal a perda de folhas com a chegada das temperaturas mais baixas no inverno (acontece menos frequentemente no cultivo, a minha não perdeu nenhuma ainda).

Psychopsis versteegiana

Mais uma borboleta a esvoaçar na minha sala! E embora a flor seja mais pequena, ainda a acho mais bonita que a papilio: as pétalas e a dorsal (as anteninhas) e as sépalas são mais largas, o labelo proporcionalmente também me parece maior, e toda a flor tem as margens mais onduladas, é mesmo espectacular. As folhas também são diferentes, de um verde mais seco e com mais pigmentação avermelhada (tanto na frente como no verso), e ligeiramente maiores. A haste é mais curta, mas mesmo assim chega aos 55 cm.

A sua área de distribuição inclui o Peru, Suriname, Equador e a Bolívia, onde cresce como epífita em florestas húmidas de montanha. As condições climatéricas são semelhantes para todas as espécies do género, ou seja, temperaturas elevadas (máximas de 26-28ºC e mínimas de 14-16ºC), razoável exposição luminosa e humidade alta acompanhada de boa ventilação. Como a papilio, tenho-a num vaso de barro com lava - aliás, foi a primeira que mudei para esse substrato, depois de ela ter perdido dois rebentos seguidos há um ano e tal. A recuperação foi excelente, começou logo a fazer raízes e um novo pseudobolbo pouco tempo depois. É um pouco mais melindrosa que a papilio (foram adquiridas ao mesmo tempo e com o mesmo tamanho, a papilio já tem 2 frentes de crescimento e nunca abortou nenhum rebento), mas não será propriamente uma planta difícil, adapta-se bem ao nosso clima.

A próxima borboleta é a papilio albina, está quase quase... e vai dar show eheh

sexta-feira, julho 13, 2007

Phragmipedium pearcei
























A minha primeira espécie de Phragmipedium a dar flor!!! Estou derretida, ele é mesmo lindinho - com a vantagem de ocupar pouco espaço, é uma das espécies mais pequenas do género.

Foi descrito em 1864 pela primeira vez (como Selenipedium, posteriormente como Cypripedium e até como Paphiopedilum!), mas o nome actualmente aceite foi-lhe atribuído em 1975. Cresce nas margens de rios no Equador, Peru e Colômbia, e fica frequentemente submerso quando os caudais aumentam - precisa por isso de estar constantemente húmido. No habitat, fica protegido do sol directo pela vegetação densa que o rodeia.

Tenho-o apenas há cerca de um ano, mas nesse tempo ele já fez uma série de rebentos, é uma plantinha bastante vigorosa. No inverno mantenho-o apenas húmido, mas na primavera comecei a deixar cerca de 1 cm de água (destilada) no fundo do prato. Também o adubo mais que os Paphiopedilum, os Phragmipedium têm um ritmo de crescimento razoável, precisando por isso de mais nutrientes. Tem boa luz indirecta, mas no inverno apanha uma ou duas horas de sol, e boa humidade e ventilação. O substrato é uma mistura de lava, areão, carvão e casca de pinheiro fina.
Adoro as flores, são tão requintadas nos pormenores! e o bigodinho no estaminódio é de cair para o lado eheh



















quarta-feira, julho 11, 2007

Begonia paulensis

Outra das minhas begónias preferidas. Esta é grandona, mas tem lugar cativo cá em casa eheh
Espécie brasileira, foi encontrada pela primeira vez perto de São Paulo - daí o nome -, e descrita em 1859. As folhas podem ultrapassar os 25 cm, e quando jovens têm uma coloração vermelha muito bonita, que passa a verde escuro quando crescem. As flores também estão cobertas de pêlos vermelhos no exterior - são até mais bonitas em botão que abertas!

Tenho-a num sítio com boa luz indirecta. As regas são generosas, mas deixo-a secar superficialmente entre regas e reduzo-as no inverno. A humidade mínima não baixa dos 60%, sempre com boa ventilação (as begónias são bastante vulneráveis ao míldio, no inverno pulverizo-as de vez em quando com um fungicida).

Não é propriamente uma planta fácil, principalmente quando é pequena. Mas depois de estabelecida torna-se menos problemática - e com estas folhas espectaculares de teia de aranha vale concerteza o trabalho extra!

sábado, julho 07, 2007

Paphiopedilum appletonianum


















Floração de Janeiro deste ano (a flor durou mais que dois meses!)

Não se sabe muito sobre a descoberta desta espécie. Originalmente parece ter sido importado junto com o Paph. hookerae, proveniente do Bornéu, e há um registo posterior de uma importação da Tailândia de Paph. callosum para um produtor alemão que também incluía exemplares desta espécie (existe um híbrido natural do appletonianum com o callosum, e 2º alguns taxonomistas o volonteanum é também um híbrido natural dele com o hookerae). A sua descrição foi publicada em 1893. Faz parte de um grupo de paphs com muitas semelhanças entre si – ou, segundo vários taxonomistas, é uma espécie com grande variação floral e de parte vegetativa. Conforme as opiniões, são sinónimos ou não deste taxon: Paph. wolterianum, hainanense, amabile, cerveranum... e mais uns quantos! E para aumentar a confusão, está bastante próximo também de uma outra espécie (que também tem muita variação, ou agrupa espécies semelhantes), o Paph. bullenianum... já vi algures esta questão referida como o pesadelo dos taxonomistas de Paphiopedilum!

A sua área de distribuição é extensa e inclui a Tailândia, Cambodja, Laos, Vietname e Ilha de Hainan na China (este último é considerado por alguns como uma variedade da espécie, appletonianum var. hainanense, tem cores mais fortes e folhas com maior tesselação). É uma epífita em húmus ou musgo, e cresce no solo em florestas de vegetação densa, na sombra e sem exposição solar directa. No habitat passa por um período de temperaturas mais baixas e precipitação reduzida no Inverno, sendo aconselhável no cultivo dar-lhe um mês ou dois de de regas reduzidas no inverno. Durante o resto do ano, manter o substrato razoavelmente húmido, deixando secar apenas superficialmente entre regas (água destilada).

Resumindo, uma plantinha fácil e LINDA!!!! Vejam só o tamanho do pedúnculo: 51 cm mais 5 do ovário, é mesmo um espectáculo eheh. A flor não é grande, 9 x 6 cm, mas tem contornos muito definidos, e o recorte e a coloração em dégradé da bolsa são demais!

(Descobri há dias que o meu appletonianum albino tem um botãozinho a espreitar, daqui a uns 2 meses se tudo correr bem... eheh)




Paphiopedilum insigne















Floração de Dezembro de 2006.


Esta é a espécie tipo para o género Paphiopedilum, ou seja, é considerada a mais representativa. Talvez isso se deva também ao facto ter sido a segunda espécie do género a ser introduzida na Europa, em 1822 - mas cá para mim deve ser por ser das difíceis de matar eheh, e por isso uma das mais vulgares no cultivo. É também uma das espécies mais utilizadas na produção de híbridos devido às suas flores grandes e com boa consistência, e consta da árvore genealógica de muitos híbridos complexos.

É uma espécie originária do nordeste da Índia e Bangladesh, onde cresce em terrenos calcários próximo de cursos de água, à sombra de arbustos e ervas altas. Extremamente resistente, quando em bom estado atinge um tamanho razoável - tanto de folhas como de raízes, que são grossas e bastante compridas.
O substrato tem boa drenagem, seca entre regas (água da torneira repousada, a água em Lisboa é calcária), boa luz indirecta com alguma exposição ao final da tarde. No inverno, menos água - principalmente após a floração - e mais uma horita ou duas de luz directa, adubo pouco e apenas durante o crescimento activo.

Esta espécie aguenta-se bem no exterior no nosso país, desde que protegida do sol e do vento. Mas claro, dentro de casa a planta fica maior e as folhas mais bonitas e lustrosas!








domingo, julho 01, 2007

Haraella retrocalla

Género constituído por apenas uma espécie (monotípico) endémica de Taiwan. Planta epífita que cresce em florestas entre os 500 e os 2000 m, é uma espécie rara na natureza - mas fácil de se encontrar à venda por aí, talvez por ser bastante adaptável a diferentes condições de cultivo.


As minhas estão montadas em cortiça, mas é frequente vê-las também em vaso. Nesta altura do ano são borrifadas com água destilada todas as manhãs, mas no inverno apenas as rego de 2 em 2 ou 3 em 3 dias, pois entram num período de repouso que deve ser respeitado. As adubações são ligeiras de 2 em 2 semanas e a humidade é alta, mas com boa circulação do ar. Quanto à luz, há quem as mantenha mais na sombra com bons resultados; cá em casa têm boa luz indirecta com 1 ou 2 horas de sol directo ao fim do dia, no inverno passam a 3.

As flores são lindas, têm um ar feliz! eheh, e grandes para o tamanho da planta (a placa de cortiça em que estão montadas mede apenas 16 cm). Também são perfumadas, têm um suave odor a citrinos, e podem surgir mais que uma vez por ano.

Uma boa escolha para quem quiser iniciar-se nas miniaturas...

Begonia kingiana

Esta bonita begónia rizomatosa de pequenas dimensões vem da Malásia, onde cresce em zonas pouco iluminadas de penhascos calcários. O desenho e forma das folhas lustrosas e quase suculentas lembra a carapaça de uma tartaruga - mas a espécie apresenta bastante variação tanto na forma como nas cores, havendo mesmo uma variedade quase negra, que contrasta espectacularmente com as flores avermelhadas.

É uma planta de crescimento bastante lento (esta tem cerca de 3 anos, tinha 2 ou 3 folhitas quando a comprei), mas relativamente robusta. Embora seja recomendado o cultivo em terrário, ela adaptou-se às minhas condições e apenas perde algumas folhas no Inverno - recuperando-as prontamente assim que o tempo começa a aquecer. Tenho-a num vaso de barro com substrato normal para plantas de interior, ao qual adicionei um pouco de esfagno cortado em pedacinhos. Durante o crescimento activo mantenho-a húmida, deixando-a quase secar entre regas no Inverno. A humidade raramente baixa dos 60-70%, mas sempre com boa circulação do ar.

Uma das minhas begónias preferidas! Pena que seja tão difícil encontrar estas joiazinhas pequeninas à venda na Europa...