quarta-feira, janeiro 30, 2008

Paphiopedilum gratrixianum









Este lindinho (ou lindão, ele é para o grandito) foi descrito em 1905, e é originário do Laos e Vietname. É fácil ver as semelhanças com várias espécies relacionadas como o insigne , o exul e o villosum - com o qual partilha inclusivamente a distribuição geográfica.

É uma planta vigorosa, produzindo muitos rebentos que demoram dois a três anos a atingir a maturidade. As folhas são compridas e finas, salpicadas de cor de vinho na base, e a bráctea floral tem a mesma pigmentação, o que a torna muito atraente. As flores não são grandes, cerca de 8 cm x 9 cm, mas o pedúnculo é bastante alto, cerca de 35-40 cm. Gosta de boa luminosidade indirecta e de secar entre regas. O cultivo é fácil apenas com uma ressalva, ele é bastante sensível à água calcária.

domingo, janeiro 27, 2008

Specklinia ornata






Cada vez gosto mais destas pleuro-coisinhas... e mais uma vez tenho que me lamentar por serem na maioria de temperaturas mais baixas que as que lhes posso fornecer. Já sei, não se pode ter tudo eheh, mas quando se quer muito (muito!) pelo menos tenta-se, e algumas hão-de resultar concerteza. Esta por exemplo é a segunda tentativa que faço (na verdade a primeira veio muito pequena e acabada de montar, e até conseguiu fazer uma florzinha, mas como não havia maneira de ficar mais forte por aqui foi para um amigo que tem estufa e melhores condições para ela recuperar); felizmente esta plantinha veio a vender saúde, vamos ver se assim a consigo aguentar pois é uma das minhas preferidas.
Quanto ao nome dela, mais uma grande confusão... foi comprada como Pleurothallis schiedei, que na checklist dos Kew Gardens aparece como sinónimo de Stelis villosa; no site do Orchidstudium está como Specklinia villosa; no site da Pleurothallid Alliance, por sua vez, o nome dela é Pleurothallis ornata... se procurasse mais aposto que ainda encontrava mais uns quantos nomes para ela! Por uma questão de coerência costumo usar a classificação dos Kew, mas neste caso parece-me bastante confusa... por isso dei-lhe o nome que estou mais habituada a usar.

É originária da Guatemala, El Salvador e México, de altitudes entre os 1800 m e os 2400 m. Quanto a temperaturas, também existem várias opiniões, que variam do intermédio/quente ao intermédio/fresco - que me parece o mais provável, dada a altitude a que esta espécie é encontrada. Como para todas estas pequeninas, é fundamental manter uma humidade elevada e protegê-las da luz directa. Cultivo-a numa caixa de plástico aberta com esfagno húmido no fundo, e coloco-a no terrário durante os períodos de temperaturas mais altas no verão.

quarta-feira, janeiro 23, 2008

Dryadella zebrina



Originária do Brasil, Peru e Bolívia, das florestas húmidas de 1500m a 3400m, esta pequena supostamente 'fresquinha' surpreendeu-me pela sua capacidade de adaptação a temperaturas mais elevadas. Tive-a inicialmente num vaso com esfagno, mas como ela estava a reagir mal resolvi montá-la e colocá-la num sítio com mais luz (indirecta), e foi vê-la crescer a olhos vistos! Seguiram-se estas florzinhas lindas, com as sépalas compridíssimas e bicudinhas eheh, mesmo lindinhas. Parecem umas mini-masdeválias - aliás, até 1978, quando foi criado o género Dryadella, faziam todas parte do género Masdevallia.
Esta coisinha foi uma das minhas duas primeiras mini-orquídeas, e realmente não há como resistir a estas obras-primas tamanho-casa-de-bonecas. Agora quero uma das branquinhas ou (e...) laranjinhas eheh

domingo, janeiro 20, 2008

Paphiopedilum Leeanum









Este é um dos híbridos mais antigos do género, foi registado no Reino Unido em 1884. Resulta do cruzamento do Paph. insigne com o spicerianum, e este clone reúne quanto a mim as melhores características das duas espécies. Do insigne herdou o tamanho da flor e o formato da dorsal, do spicerianum a pigmentação da dorsal (o verde na base e o 'risco' a meio) e os folhos das pétalas laterais (só não tem o estaminódio retorcido, é pena eheh) e os bonitos tons bronze dos dois progenitores. Infelizmente também herdou a relativamente curta duração das flores do spicerianum, pouco mais de três semanas...

É uma planta extremamente vigorosa e muito pouco problemática. O substrato é o normal para orquídeas (comprado no supermercado), apanha boa luz indirecta e um pouco sol directo ao fim da tarde e é regado generosamente quando o substrato seca. Uma plantinha fácil, um pouco desvalorizada por ser muito comum, mas quanto a mim muito bonita!

sábado, janeiro 12, 2008

Paphiopedilum venustum







Esta foi a primeira espécie de Paphiopedilum a chegar à Europa, tendo sido descrita em 1820. A sua flor causou logo sensação por ser completamente diferente de todas as orquídeas tropicais até então conhecidas. É originário do noroeste da Índia, Butão, Nepal e Bangladesh, onde cresce na selva, na sombra da vegetação alta e de maciços de bambu, em alguns dos locais mais húmidos do nosso planeta - e de facto é o paph que eu rego com mais frequência. Mantenho-o sempre húmido no verão - água destilada -, no inverno seca apenas superficialmente entre regas. É também dos poucos que não recebe nenhuma luz directa cá em casa, mesmo no inverno.

Estava com esperança que a flor fosse mais colorida, mas não tive muita sorte... embora a cor seja ligeiramente mais intensa este ano - é a segunda floração da plantinha. Em compensação é uma flor grande para a espécie, as pétalas medem 5 cm - o normal são 3-4 cm, e as folhas são para mim das mais bonitas do género. Mais uma curiosidade em relação ao cultivo, aqui não se aplica a regra sobre os paphs de folhas tesseladas (sarapintadas) precisarem de temperaturas mais altas que os uniflorais de folhas verdes, este gosta de temperaturas mais fresquinhas, principalmente no inverno.

A sua área de distribuição é partilhada com mais algumas espécies de paphs, o que deu origem a alguns híbridos naturais entre ele e o Paph. insigne, spicerianum e fairrieanum, e existe uma forma albina também que é uma das minhas preferidas, a fma. measuresianum.

sábado, janeiro 05, 2008

Paphiopedilum insigne










Este ano só deu uma flor e eu até suspeito porquê... esteve num cantinho com um pouco menos de luz que o ideal, e está visto que não gostou - mas mesmo assim floriu, é uma planta mesmo descomplicada! Também não lhe tutorei a flor (optei por um look mais natural eheh), mas não volto a fazê-lo pois o pedúnculo é muito comprido e inclina-se todo para cima das outras plantas. Fica muito mais arrumadinho de costas direitas eheh

Sophronitis coccinea











Uma mini bombástica para inaugurar o ano eheh, a forma não é das melhores mas também é uma primeira floração com 2 botões na mesma inflorescência, e a cor... até queima!

A sua área de distribuição está limitada ao Brasil, das montanhas junto à costa atlântica do estado de Santa Catarina até ao estado do Espírito Santo, a altitudes que vão dos 600 m aos 900 m. A humidade é extremamente elevada mesmo na estação seca, e as plantas crescem nos ramos cobertos de musgo de arbustos e árvores de pequeno porte que aí crescem, estando expostas a uma luminosidade razoável. Esta espécie tem sido bastante utilizada na produção de híbridos de Laeliinae, devido à cor escarlate e também para reduzir o tamanho da parte vegetativa das plantas.

Pensei que ela se ressentisse mais com o nosso verão, mas até se aguentou bastante bem - claro, tive o cuidado de a manter sempre húmida (regas diárias, por vezes mais nos dias mais quentes). O que notei foi que ela não apreciou ser mudada para um sítio com menos luz directa (para evitar o calor do sol estival), o rebento que estava a formar-se na altura ficou meio atarracado e a folha não tinha o veio central com antocianinas (pigmento vermelho) tão característico da espécie. Voltei a colocá-la no sítio anterior, com bastante luz directa; o pseudobolbo recuperou e as antocianinas surgiram passado pouco tempo, mas a folha ficou mais pequena que as anteriores. Durante o crescimento adubei-a ligeiramente de duas em duas semanas.