sexta-feira, junho 29, 2007

Psychopsis papilio

Esta é uma concerteza uma das espécies mais emblemáticas da família Orchidaceae, daquelas flores que aparecem na maioria dos livros genéricos sobre orquídeas e que todos ficamos a ambicionar... a forma invulgar e a flor grande, colorida e extravagante no topo de uma haste compridíssima (estas rondam os 75 cm, mas podem chegar até 120 cm) tornam-na muito atraente - parece até artificial! E claro, quem não gosta de borboletas, não é?...

É originária do norte da América do Sul e Trinidad, onde cresce epifiticamente em
florestas de baixa altitude. As temperaturas são elevadas ao longo de todo o ano, com invernos mais secos e ligeiramente mais frescos - mas aguenta perfeitamente os nossos, apenas faz uma pausa no crescimento, devendo as regas e adubação ser reduzidas em conformidade. Durante o período activo precisa de regas abundantes, mas as raízes devem secar até à noite e o substrato deve ter excelente drenagem (eu estou a usar lava e tenho-a em vaso de barro, ela parece estar a gostar). A humidade deve ser elevada, acima dos 70%, mas acompanhada de boa circulação do ar para evitar o aparecimento de fungos. As adubações são ligeiras e semanais durante o verão, no inverno são eliminadas. Quanto à luz, as minhas recebem cerca de 3/4 horas diárias durante o ano inteiro, mas são protegidas do sol directo quando o verão aperta.

Sem dúvida um dos meus (segundos) géneros preferidos eheh

sábado, junho 23, 2007

Paphiopedilum superbiens























Descrito em 1855, este é mais um caso complicado a nível taxonómico, tendo sido 'baptizado' várias vezes. Para além desse facto, tem bastantes semelhanças com o Paph. ciliolare e com o superbiens var. curtisii, sendo frequente haver enganos na identificação destas plantas (este por exemplo era suposto ser o ciliolare...). Difere do primeiro principalmente por ter as pétalas todas cobertas com 'pontinhos' pretos, enquanto que o ciliolare só os tem na base das pétalas, e do segundo por o var. curtisii ter uma flor mais pequena e pétalas mais curtas.

Originário do norte e centro de Sumatra, cresce em locais relativamente claros em florestas de coníferas. O substrato é constituido por húmus e cinzas vulcânicas, e as temperaturas são constantes ao longo do ano - entre 17ºC e 25ºC. No entanto, há uma pequena descida da temperatura e diminuição da precipitação no início do inverno, que são necessárias para induzir a floração. Durante o período de crescimento, o substrato deve ser mantido húmido (mas não encharcado), e as regas devem ser feitas com água destilada.

A flor é majestosa, muito grande, é mesmo a maior que já vi - das espécies, claro, há híbridos bem maiores. As folhas são também muito bonitas, tanto a forma - são bastante largas - como a tesselação. Não me parece uma planta problemática - pelo menos até agora...







Phalaenopsis Penang Girl 'Chin Yeo'


Híbrido primário, Phal. venosa x Phal. violacea.

A primeira flor abriu em Janeiro, mais pequena e ligeiramente mais clara (por causa das temperaturas mais baixas). A flor é linda, as pétalas muito planas têm uma coloração vibrante, quase eléctrica. A coluna e o labelo parecem feitos de pequenas peças desmontáveis, e o branco no centro parece uma luz fluorescente que alguém deixou ligada eheh



A flor é de pequenas dimensões mas duradoura, e a planta é generosa - tem duas hastes na primeira floração.

Está plantada em esfagno e leca num vaso de plástico transparente. O substrato é mantido ligeiramente húmido (mais seco no inverno), e nesta altura do ano as raízes aéreas são borrifadas diariamente com água destilada, com adubações ligeiras duas vezes por mês. Está num local onde não apanha sol, mas tem boa luz indirecta o dia inteiro (no Inverno a exposição é maior). Como os progenitores, aprecia temperaturas altas durante o ano inteiro.

É perfumada, mas o aroma podia ser melhor... cheira um bocadinho a remédios! Mas é preciso lá pôr o nariz pra sentir, não chega a incomodar.

Doritaenopsis Minho Princess 'Watercolor Artist' HCC/AOS


Híbrido complexo registado em 1996, está aqui uma parte da árvore genealógica (que é compridinha).


É uma primeira floração, as flores são grandes e muito bonitas, parecem bordadas nas margens. O labelo também é muito vistoso, raiado de rosa forte e amarelo.


Comprei esta planta principalmente por causa do nome, achei demais! uma orquídea premiada a homenagear a nossa terra, não era? Mas entretanto fiquei curiosa e andei a tentar descobrir o porquê do nome... e cheguei à conclusão que afinal não é Minho, mas sim Min Ho - o nome de um produtor de orquídeas de Taiwan, país onde são feitos muitos dos cruzamentos modernos de Phalaenopsis.
Também não importa... acho que para mim ela vai ser sempre a Princesa do Minho eheh

terça-feira, junho 19, 2007

Prosthechea trulla

Esta é mais uma orquídea que muda de género quase todos os anos!... Já lhe chamaram Encyclia, Anacheilum, Epidendrum... e provavelmente mais alguns nomes! Neste caso, até o nome da espécie dá origem a confusões: a minha foi adquirida como Epi. lancifolium, que na checklist dos Kew Gardens aparece como sinónimo de Prosthechea (Psh.) cochleata var. cochleata. Mas no registo de híbridos de Maio/Junho de 2004 da RHS há uma nota que diz que Epi. lancifolium é um sinónimo de Psh. cochleata, que tem sido erroneamente atribuído a plantas da Encyclia trulla - que por sua vez é um sinónimo de Psh. trulla... complicadinho!


Em relação à Prosthechea cochleata (que aparece com frequência à venda por cá), a trulla tem metade ou menos do tamanho, os pseudobolbos são mais ovais - os da cochleata são em forma de pêra - e as flores perfumadas têm tépalas mais largas de cor marfim, enquanto que as da cochleata são mais amareladas e inodoras.


O famoso (e muito comum por cá também) híbrido Psh. Green Hornet resulta do cruzamento da Psh. cochleata com a Psh. trulla.

Originária do México, tem um ciclo sazonal definido, precisando de temperaturas altas e regas abundantes no Verão e uma redução da água, temperatura e adubo no inverno - mas não deve ficar completamente seca por períodos prolongados. O substrato deve ter boa drenagem para permitir que as raízes sequem rapidamente, e a exposição deve ser razoável, com algumas horas de luz directa.

Gosto desta, não é nada exigente, ocupa pouco espaço e as flores são cheirosas e muito engraçadas, parecem ovnis a pairar no ar eheh

quarta-feira, junho 13, 2007

Dendrobium glomeratum



Mais conhecido pelo sinónimo de Dendrobium sulawesiense, atribuído em 2000 a plantas originárias do Sulawesi – reputadamente uma variedade de maiores dimensões que o Dendrobium glomeratum típico (descrito em 1894), que se distribui pela Nova Guiné e Ilhas Molucas. O meu deve ser dos do Sulawesi, não pára de crescer!





Habita zonas pantanosas próximo de rios, precisando por isso de regas abundantes durante o tempo quente e humidade elevada o ano inteiro. Como é uma espécie de baixa altitude, não tem que suportar temperaturas muito baixas no Inverno (as médias são de 27º-31ºC para o dia e de 23º-25ºC para a noite durante todo o ano); no entanto, há uma diminuição da quantidade de água disponível no final do Inverno e princípio da Primavera, devendo as plantas secar entre regas nessa altura. Também é aconselhável aumentar a luz directa no Inverno – durante o resto do ano, é suficiente uma boa luminosidade indirecta com algumas horas de sol directo de manhã ou ao fim da tarde.

Tenho-o só com lava e ele parece estar a gostar, os pseudobolbos aumentam imenso de ano para ano - comprei-o há 3 anos ainda por florir, esta é a 2ª floração. Como o ano passado, fez apenas 2 flores, mas este ano são visivelmente maiores que as primeiras. Os pseudobolbos têm levado 2 anos para amadurecer e florir.

Este aqui vou-lhe perdoar o tamanho e mantê-lo por cá, adoro as flores! São bonitas de forma, grandes, duradouras e... completamente fluorescentes! Definitivamente recomendado.

Dendrobium tortile

Este Dendrobium extremamente gracioso tem uma área de distribuição alargada, próximo de rios no nordeste da Índia, Ilhas Andaman, Malásia, Burma, Tailândia e montanhas entre o Laos e o Vietname. As temperaturas diurnas são constantes ao longo do ano, 25ºC a 28ºC, mas as nocturnas descem dos 20ºC no Verão para 10ºC no Inverno, e há uma diminuição vincada da precipitação e humidade do ar nessa altura também. A planta entra num período de repouso em que deve haver uma redução progressiva das regas, até apenas umas borrifadelas semanais durante 2 meses no fim do Inverno e princípio da Primavera. A exposição luminosa deve ser elevada o ano inteiro, mas é particularmente importante fornecer-lhe o máximo de luz directa nessa altura.

É uma primeira floração, bastante clara para o tipo, as pétalas principalmente costumam ser de um rosa mais forte. Mas assim fica até mais delicado... A forma é fantástica, as pétalas fazem jus ao nome e são mesmo todas retorcidas, e as flores parecem estar a cair lentamente pelo ar.

Um lindinho de cultivo pouco problemático, plantado em lava num vaso de barro, com flores lindas e pseudobolbos engraçados - magrinhos na base e tronchudinhos em cima, tamanho pequeno/médio. E com um perfume ligeiro mas muito agradável como bónus...














A minha orquídea mais antiga


Tinha que escolher esta Phalaenopsis para inaugurar o blog. É das poucas plantas que tenho sem identificação (já dei muitas voltas na internet pra ver se a encontrava, infelizmente sem sorte nenhuma...). Comprei-a há cerca de 20 anos, da primeira vez que fui ao AKI quando eles abriram em Portugal - esta é uma descendente da original, claro.

Adoro as flores, tanto pela cor como pela forma, muito diferente dos híbridos que aparecem normalmente hoje em dia.

As hastes ramificam com facilidade, fazendo sempre uma chuva de flores. Até a parte vegetativa é diferente e mais bonita que o normal!

Se alguém lhe descobrir o nome fica com o próximo keiki reservado como oferta eheh