domingo, março 30, 2008

Gastrochilus sororius

Novamente em flor, a floração anterior foi há cinco meses.

Brachycladium platysepalum

Ou Lepanthes platysepala segundo Kew. Originária do Departamento de Antioquia na Colômbia, onde é encontrada com frequência em florestas húmidas entre os 1.920 m e os 2.400 m de altitude.

A luminosidade é média (sem luz directa) e mantenho-a relativamente húmida no inverno - mas à noite as raízes estão secas. No verão, ponho-a numa tacinha de plástico e rego-a com mais frequência, deixando por vezes ficar um pouco de água no fundo da taça.

Tenho-a há cerca de um ano e, apesar das temperaturas serem mais elevadas que no habitat, ela cresceu bastante bem. Mas provavelmente por essa razão só conseguiu fazer uma florzinha... bem, sempre é melhor uma que nenhuma!

sábado, março 29, 2008

Paphiopedilum x fanaticum




Híbrido natural resultante do cruzamento entre o Paph. micranthum e o Paph. malipoense.

A flor é enorme e herdou características bem visíveis de ambos os progenitores: a bolsa exagerada do Paph. micranthum e as pétalas e dorsal a puxar mais ao Paph. malipoense, bem como o perfume (muito ténue) a maçã. A cor e a parte vegetativa são intermédias entre as duas espécies.
Como os pais, que gostam os dois de temperaturas relativamente baixas, ele passou o inverno todo no exterior. Só o voltei a trazer para dentro há cerca de um mês, quando o botão começou a engordar (a bráctea floral apareceu no início de Outubro, mas esteve praticamente parada até a temperatura começar a subir).

sexta-feira, março 21, 2008

Paphiopedilum delenatii

Esta espécie foi descoberta no norte do Vietname por um oficial do exército francês em 1913, e a sua descrição publicada em 1924. Das primeiras duas plantas trazidas para a Europa apenas uma sobreviveu, e todos os exemplares em cultivo até cerca de 1990 eram descendentes dela. Mas entretanto foram descobertas novas colónias em Nha Trang e na província de Yunnan, na China, e hoje em dia é uma espécie fácil de se encontrar à venda.

Cresce em solos ácidos de montanhas graníticas (precisa por isso de regas com água destilada), na sombra e próximo de rios. Ao contrário da norma, e por habitar numa zona de monções com temperaturas altas o ano inteiro, os invernos são a estação em que precisa de estar mais húmido, deixando-se o substrato secar superficialmente durante o resto do ano.

Para além de ser muito bonito - tanto a flor como a própria planta, as folhas são de um verde escuro aveludado -, tem o bónus de ter um suave perfume a rosas...

quarta-feira, março 19, 2008

Dendrobium tetragonum

Espécie originária do sudeste da Austrália, de florestas tropicais junto ao litoral, do nível do mar até aos 1.000 m de altitude. Existem quatro variedades dentro do complexo, diferenciadas pela coloração das flores e pormenores do labelo, tamanho dos pseudobolbos - que são bastante característicos e muito engraçados, quadrangulares, daí o seu nome - e pela sua distribuição a diferentes altitudes.


É suposto ele apreciar estar na sombra, mas eu resolvi mudar o meu para um sítio onde a luz é inferior quando ele começou a fazer botões (estava com cerca de 2 horas de luz directa) e ele achou que não foi boa ideia... abortou quase todos, felizmente ainda conseguiu florir de um pseudobolbo quando o voltei a colocar no sítio anterior. As regas devem ser reduzidas mas não eliminadas durante o inverno.
É um dos meus preferidos dentro deste género: adoro a parte vegetativa, as flores são lindas, bastante grandes e muito invulgares. E ainda têm um perfume mesmo agradável, a lembrar gardénias e jasmim.

sábado, março 15, 2008

Dendrobium aberrans


Um pequeno Dendrobium que vem das florestas húmidas da Papua Nova Guiné. Cresce em áreas de precipitação abundante durante o ano inteiro, dos 300 m aos 1900 m.

Durante o inverno mantive-o num local onde recebeu cerca de 3 horas de sol por dia, mas no verão vai ter apenas ter boa luz indirecta. O substrato nunca chega a secar completamente, apenas tenho cuidado para não deixar ficar água no prato. Está como o comprei, num vaso de plástico com casca de pinheiro, que entretanto ficou coberta de musgo à superfície.

É uma espécie muito generosa nas florações, e consta que chega a estar em flor durante mais de seis meses consecutivos! (espero que o meu seja 'desses'). As flores têm um branco lindo, e são granditas para o tamanho da planta. Ah, têm é um cheiro curioso a... ferro de engomar quente!

quinta-feira, março 13, 2008

Lepanthes gargoyla

Esta pequena veio para cá no verão em flor, mas não gostou muito das nossas temperaturas altas... parou a floração e, apesar de ter feito algumas folhas, abortou outras tantas também. Finalmente retomou a floração no princípio do inverno, e as coisas parecem estar a correr bem melhor agora com as temperaturas mais baixas.

Originária do Equador, de florestas situadas entre os 900 m e os 1300 m de altitude, necessita de luz indirecta e temperaturas frescas. No cultivo é fundamental que não seque nunca, mas sempre com boa circulação do ar para evitar o aparecimento de fungos. Como ela tem as folhas pendentes com pedúnculos bastante compridos, o ideal seria pendurá-la; mas nas minhas condições ela ia secar demasiado rápido, daí o tê-la colocado em cima de um vaso de plástico que enchi com esfagno, e tenho-a na beira de uma prateleira para as folhas penderem à vontade.

O nome tem origem na semelhança da flor com uma gárgula, monstro alado mítico que ornamenta as goteiras das catedrais medievais. Digamos que até foi bem escolhido, ela tem realmente um ar um pouco tenebroso eheh

quarta-feira, março 12, 2008

Phalaenopsis lobbii fma. flava

Uma forma da espécie que difere da tipo pela coloração do labelo, que tem o amarelo em vez do branco como cor de fundo.
Não encontrei nenhuma referência quanto a diferenças no tamanho das plantas, mas a minha tipo tem as folhas bastante mais pequenas que esta - e esta está a florir pela primeira vez, enquanto que a tipo está no segundo ano de floração, por isso não me parece provável que esteja relacionado com a idade das plantas... as flores desta também são ligeiramente maiores.

Phalaenopsis lobbii

Esta mini-phal muito florífera vem da Índia, Butão, Myanmar e Vietname, de altitudes entre os 350 m e os 450 m. Foi durante muito tempo confundida com a Phal. parishii e considerada uma variedade dela, mas são de facto duas espécies distintas (embora pertençam ao mesmo subgénero).

No habitat, os invernos são quentes e húmidos e os invernos frescos e mais secos, e a planta perde as folhas durante a estação invernal. No cultivo é preferível não submeter a planta a um stress tão acentuado e evitar que isso aconteça, embora deva haver uma redução pronunciada das regas e diminuição das temperaturas nessa altura - e embora ela necessite de regas diárias quando as temperaturas começam a subir, é importante que as raízes sequem rapidamente. Esta espécie necessita de alguma luz directa, principalmente durante o inverno.

Apoda-prorepentia dodsonii

Ou Pleurothallis dodsonii segundo os RGB Kew, que não adoptaram a última revisão do género Pleurothallis.

Cresce nas florestas tropicais húmidas do Equador, entre os 730 m e 0s 1.960 m. Gosta de temperaturas intermédias, luz indirecta e humidade elevada.
O cultivo em placa parece-me o mais adequado ao tipo de crescimento da planta (tem sangue de trepadeira!), e permite também uma boa circulação de ar nas raízes.

segunda-feira, março 10, 2008

Paphiopedilum callosum

Originário da Tailândia, Laos, Cambodja, Malásia e Vietname, encontrado em florestas húmidas entre os 300 e os 1.300 m de altitude. A var. sublaeve, mais conhecida por var. thailandense, é bastante mais pequena (e mais fácil de se encontrar à venda) que a tipo. O meu Paph. callosum albino, que é o var. sublaeve, tem metade do tamanho deste - mas a flor, embora mais pequena, não o é na mesma proporção. Foi descrito em 1886, mas a sua descoberta terá ocorrido cerca de 20 anos antes da publicação da descrição.

É uma espécie bastante comum no cultivo, mas mais popular ainda é a linha de hibridação criada a partir dele: é um dos progenitores do famoso Paphiopedilum Maudiae, e da maior parte dos híbridos genericamente designados por 'tipo Maudiae' que encontramos com tanta frequência à venda hoje em dia.

Naturalmente menos robusto que a sua descendência híbrida, é no entanto bastante fácil de cultivar e florir: um substrato com boa drenagem, boa luz indirecta com alguma incidência directa de manhã ou ao fim do dia e regas regulares (evitando que o substrato fique ensopado) garantem uma plantinha feliz!

domingo, março 09, 2008

Bulbophyllum ovalifolium

Mais um mini-bulbo que 'cabe' cá em casa eheh - e bem engraçadinho que ele é também, principalmente a parte vegetativa. É encontrado na Malásia, em várias ilhas da Indonésia e na Tailândia e, como seria de esperar com uma distribuição tão alargada, as flores têm bastante variação, podendo ir do amarelo ao laranja bem escuro. Cresce nos troncos cobertos de musgo das árvores em florestas de montanha, entre os 700 m e os 2.500 m, e é uma espécie bastante comum.

Aprecia temperaturas intermédias, mas aguenta períodos mais quentes se a humidade for elevada e não ficar seco por períodos muito prolongados (com temperaturas normais as raízes precisam de secar entre regas) e gosta de boa luz indirecta.

sábado, março 08, 2008

Bulbophyllum nummularioides



Esta é concerteza a florzinha mais pequenina que já abriu cá em casa, mal chega aos 2 mm! só na foto consegui ver-lhe bem todos os detalhes.
É uma espécie da Nova Guiné descrita em 1913, mas não encontrei informação sobre o habitat, apenas uma referência que menciona um espécime colectado a 860 m de altitude - mas sendo oriundo da Nova Guiné presumo que aprecie uma boa dose de humidade. Tenho-o há muito pouco tempo, mas parece estar a gostar das condições por cá - boa luz indirecta e regas de dois em dois dias.

Microlaelia lundii


Ou Sophronitis lundii, segundo os RBG Kew... antes das últimas revisões do género era a Laelia lundii, a única espécie do subgénero (ou secção, dependendo dos taxonomistas) Microlaelia devido às suas características únicas: o hábito escandente, o espaçamento entre os pseudobolbos e as folhas quase teretes.
É originária do Brasil, dos maciços montanhosos costeiros de Minas Gerais até São Paulo. Cresce nos troncos e ramos de árvores de pequeno porte ou mesmo na rocha, bastante exposta aos elementos (aqui tem uma descrição detalhada do habitat).

Quando a comprei vinha envasada, e assim esteve 2 anos, num vaso de barro com casca de pinheiro grossa. Depois da primeira floração resolvi montá-la porque ela é bastante desarrumada a crescer - e também achei que as raízes não estavam com muito bom aspecto. Para não desidratar, fiz uma cama de esfagno e amarrei-a numa placa de cortiça; correu muito mal e por pouco não perdi a planta, o esfagno demorava demasiado tempo a secar e as raízes apodreceram todas. Mas depois de a colocar directamente sobre a cortiça ela começou a recuperar e, após um ano sem flores, eis que retomou a floração! e as raízes estão em óptimo estado também. Ela precisa de exposição directa, talvez até mais do que recebe cá em casa (cerca de 3-4 horas diárias), e bastante moderação nas regas, principalmente no inverno.

A flor é singela e pequenita, cerca de 4 cm... mas o labelo é fantástico!